Histórico do impacto positivo

Desde a época da Revolução Industrial, vemos empresas se mobilizando para contribuírem com a sociedade. Inicialmente, por meio de um formato de Filantropia Corporativa, com ações sociais pautadas no interesse genuíno dos donos e na busca de uma imagem e reputação positivas. Surgem, então, as primeiras Fundações Privadas, criadas com doações de grandes filantropos, com recursos direcionados a causas específicas, tais como as artes, a educação e a saúde – todas, sem relação com os negócios.

Na década de 60, os Movimentos dos Direitos Civis ganharam força e o desenvolvimento do bem comum tornou-se muito relevante, levando as corporações a tomarem posições sociais. Este crescimento da consciência social, associado a crescentes desastres ambientais como derramamentos de óleo e poluição das fábricas, fez com que a confiança das pessoas nas empresas diminuísse.

Na década de 70, a Responsabilidade Social Corporativa tinha o foco de atender às demandas geradas pelas novas legislações relacionadas às questões ambientais, de segurança dos produtos e dos direitos trabalhistas.

Em um documento chamado “Nosso Futuro Comum”, o Relatório Brundtland, apresentado pela ONU em 1987, aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes. E marca o conceito de desenvolvimento sustentável, como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas necessidades.”

O Brasil teve um papel relevante ao sediar a Eco-92 (Conferência das Nações Unidas para Meio Ambiente e o Desenvolvimento), que aconteceu no Rio de Janeiro e reuniu mais de 100 chefes de Estado para debater formas de desenvolvimento sustentável. Os debates culminaram na elaboração de documentos oficiais como a Agenda 21, a Convenção da Biodiversidade, a Carta da Terra e a Convenção das Mudanças Climáticas, que foi a base para o Protocolo de Kyoto, acordo que propõe às nações diferentes níveis de redução de gases de efeito estufa, de acordo com seu histórico de emissão.

Nesta época, as empresas brasileiras começam a atuar de uma forma mais estruturada na área de Responsabilidade Social. Surgiram os Comitês de Responsabilidade Social e os esforços foram direcionados para indicadores de monitoramento, códigos de ética e relatórios.

Já em 2013, o Brasil volta a sediar um evento global relevante, a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável). Com o fim do prazo “limite” para o mundo atingir os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), durante a cúpula, iniciou-se um processo de discussão e planejamento da Agenda Pós-2015. Um dos resultados foi a criação da Agenda 2030, um plano de ação que busca fortalecer a paz universal e a erradicação da pobreza. Em um compromisso assumido pelo Brasil e outros 192 países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU), a Agenda traz os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas a serem atingidas até 2030.

Mais recentemente, a Sustentabilidade Corporativa ganhou uma relevância inédita, ao chegar no mercado financeiro, com o surgimento de uma nova nomenclatura: ESG  (Environmental, Social and Governance), ou, em português, ASG (Ambiental, Social e Governança). O mundo dos investimentos passou a compreender que valorizar ações sustentáveis como as questões ambientais, sociais e de governança corporativa é o melhor caminho para obter resultados.

Hoje estamos vivendo um ponto de virada, no qual temos cada vez mais empresas engajadas. A pandemia de Covid-19 deixa explícita a interdependência entre todos e a necessidade de avançarmos de forma coordenada e colaborativa. A tecnologia traz soluções que conseguem dar escala exponencial para atender às necessidades da sociedade. Mais do que nunca, é hora de repensar nosso modelo econômico e encontrar soluções que possibilitem o desenvolvimento dos negócios em harmonia com o meio ambiente e que tragam benefícios para um grupo maior de stakeholders. Desta forma, seremos mais eficientes na busca por soluções em que todos ganhem, gerando valor compartilhado.

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