COP26 e seu impacto: 5 iniciativas que dão esperança quando o assunto é ESG

Por Natali Chiconi

Reunir líderes de quase 200 países, além de mais de 20 mil políticos, cientistas e gestores empresariais em um lugar para discutir ações efetivas para acelerar os objetivos do Acordo de Paris de 2015 e da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Esta é a COP26, que, em 2021, aconteceu em Glasglow, na Escócia. Além do reconhecimento e dos holofotes voltados para o encontro, será que há mesmo algo a ser comemorado em termos de ESG?

Para começar, é preciso dizer que, na agenda do evento anual, as nações concordaram em estabilizar as concentrações de Gases de Efeito Estufa na atmosfera para prevenir uma interferência perigosa da atividade humana no sistema climático. Segundo um estudo climático da Met Office, financiado pela União Europeia, pelo menos 1 bilhão de pessoas serão afetadas pelo calor extremo se as temperaturas globais aumentarem 2°C, em decorrência dos GEE.

A COP tem muitos resultados bons a serem comemorados nos últimos anos. Embora os países não tenham atingido a meta de reduzir a poluição no planeta, temas como veículos elétricos ou o fechamento das usinas de carvão na Europa seriam inimagináveis há 20 anos e hoje já são realidade.

Empresas de tecnologia no segmento de energia limpa estão na vanguarda do corte de emissões de GEE e há centenas de greentechs em todo o mundo assumindo esse desafio e democratizando o acesso a esse tipo de energia.

Que tal conhecer algumas boas práticas em ESG que foram impulsionadas pela COP e se inspirar em gente que está caminhando nessa direção? Olha só:

1. Criação de métricas comuns e universais de ESG: ainda não existe uma forma clara e padronizada de demonstrar os resultados ESG de uma empresa. Cada organização aplica uma metodologia, tornando o processo mais difícil tanto para a companhia quanto para investidores e stakeholders.

Um dos programas do Fórum Econômico Mundial trabalha para difundir padrões e divulgações universais, trazendo mais transparência, responsabilidade e transformação aos negócios.

2. First Movers Coalition: um grupo de empresas fruto de uma parceria público-privada que está impulsionando a demanda global por soluções net zero. Por meio do Departamento de Estado dos EUA e do Fórum Econômico Mundial, a união mobiliza investimentos e consegue reduzir custos.

Você sabia que aproximadamente 50% das tecnologias de que precisamos para as emissões net zero até 2050 ainda estão em desenvolvimento, nas fases de protótipo ou demonstração e ainda não disponíveis no mercado?

3. CEO Climate Leaders: criada em 2014, é uma comunidade de CEOs globais que se reúnem frequentemente para viabilizar ações ESG em todos os setores e cobrar legisladores. Essa aliança envolve líderes empresariais de vários setores da indústria e regiões que usam sua posição e influência para impulsionar a mudança.

4. UpLink: plataforma digital criada que viabiliza a participação em massa de empresas para acelerar o progresso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS). Por meio dela, jovens inovadores e empreendedores podem unir forças com uma comunidade de organizações, especialistas, investidores e agentes de mudança para gerar impacto em escala.

5. One trillion trees: a iniciativa global prevê cultivar, restaurar e conservar 1 trilhão de árvores em todo o mundo para restaurar a biodiversidade e ajudar a combater as mudanças climáticas. O projeto une governos, organizações não governamentais, empresas e pessoas em uma “restauração da natureza em grande escala”. A naturalista Jane Goodall, uma das apoiadoras da iniciativa, disse: “a 1t.org oferece tecnologias inovadoras que servirão para conectar dezenas de milhares de pequenos e grandes grupos em todo o mundo que estão envolvidos no plantio de árvores e restauração florestal.”

Sabemos que a transição para um futuro net zero requer investimentos globais em energia limpa de aproximadamente US$4-5 trilhões até 2030 – um aumento de mais de três vezes em relação aos níveis de investimento atuais.

Soluções inovadoras de descarbonização são necessárias – e muitas empresas e startups já estão trabalhando nisso. A descarbonização industrial exigirá tecnologias inovadoras, como captura e armazenamento de carbono (CCS), hidrogênio verde, combustíveis de aviação sustentável (SAF) e amônia verde, entre outros.

Hoje em dia, já temos a compensação de carbono, que permite às empresas comprarem créditos de carbono. Este já é, inclusive, considerado um novo mercado, movimentando 229 bilhões de euros em 2020.

As perspectivas para os próximos anos não são ideais, mas apontam uma direção positiva para uma mudança global. Iniciativas e pessoas engajadas existem – que tal ajudar a fazer acontecer?

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